Midsommar

Quer que eu te defina em uma palavra?

Per-tur-ba-dor!

A turba que exorciza a dor frente à morte e ao amor que nos deixa vulneráveis.

A luz cega que nos envolve.

O outro nos arrebata.

E quando os outros são muitos?

Multidão que mata.

O branco excessivo revela aquilo que pretende esconder.


Não há lugar para o indivíduo. E o coletivo, sem indivíduos, é a mais pura insanidade.


Ressignificação da morte pelo viés da utilidade.

Desde os idos tempos, da idade média ao contemporâneo,

Rituais cultivados invadem meu crânio.

Qual o sentido?
Sexo, nascimento, morte
Apropriados

Mantras e oráculos
Amansam almas perdidas
Pelo amor e pela dor
Sugados pelo entorno
Pelo adorno

Chegou a hora do adeus
Casou-se
Com o avesso de Deus.

No universo do terror

O conceito de “perturbador” vai muito além de um simples susto. É uma exploração do que está escondido nas sombras da psique humana e nas interações sociais.

Esse fenômeno provoca um confronto com nossos medos mais profundos e revela verdades desconfortáveis que muitas vezes preferimos ignorar.

Ao longo da história, a representação do que é perturbador tem se transformado, refletindo tanto nossas ansiedades pessoais quanto às influências socioculturais de nosso tempo.

A estética do perturbador se manifesta de várias formas na cultura popular, desde filmes impactantes até obras de arte que desafiam a lógica. Esses elementos não apenas capturam a atenção, mas também nos levam a uma jornada introspectiva, convidando-nos a confrontar a dualidade entre luz e escuridão.

Muitas vezes, essas experiências se tornam um espelho do nosso comportamento, revelando como nossa sociedade lida com o desconhecido e com o que é considerado tabu.

Destaques

  • O perturbador provoca uma análise de nossos medos e verdades ocultas.
  • Representações na cultura popular ajudam a entender a relação entre luz e escuridão.
  • Narrativas e simbolismos revelam a evolução do medo na sociedade moderna.

Origens Obscuras

Uma floresta escura e misteriosa com árvores retorcidas e nodosas, e uma névoa sinistra cobrindo a paisagem. Sombras sinistras pairam nas profundezas.

Ao explorar as origens obscuras de elementos perturbadores, percebo como a mitologia e o folclore moldam nosso entendimento do desconhecido. Além disso, a literatura gótica acrescenta profundidade a essa atmosfera sombria e inquietante.

Mitologia e Folclore

Na mitologia, muitos seres e histórias refletem os medos humanos. Noto que divindades antigas, como Hades na Grécia, simbolizam a morte e o submundo. Esses mitos muitas vezes envolvem sacrifícios ou pactos, que fazem ecoar em rituais sombrios.

Além disso, o folclore de várias culturas traz criaturas como vampiros e lobisomens. Em minha pesquisa, percebo que essas lendas frequentemente abordam a transformação e o instinto primitivo. Elas encarnam o medo do que não compreendemos, conectando o humano ao sobrenatural.

Literatura Gótica

Quando olho para a literatura gótica, vejo obras que revelam o lado obscuro da natureza humana. Autores como Edgar Allan Poe e Mary Shelley exploram temas de loucura e desespero. Suas histórias me envolvem em um mundo onde a razão é eclipsada pela emoção.

Além disso, a atmosfera sombria dessas obras é rica em descrições vívidas. Por exemplo, castelos em ruínas e tempestades retumbantes criam um cenário propício para o macabro. Essas imagens me lembram que, por trás da beleza, muitas vezes há algo esperando para ser descoberto.

A cultura popular é um espelho intrigante das ansiedades e medos da sociedade. Em várias formas de mídia, revela-se nas narrativas que exploram o lado mais sombrio da condição humana.

Cinema de Horror

Filmes como “Hereditary” e “Midsommar” não apenas utilizam o terror psicológico, mas também me fazem refletir sobre tradições culturais. Em “Midsommar”, o contraste entre a beleza floral e os rituais sombrios gera uma sensação de desorientação.

A forma como o diretor apresenta elementos culturais é envolvente. Inferno e festa se entrelaçam. Até onde as tradições podem ir na busca da normalidade? Esse tipo de narrativa provoca medo ao lidar com as facetas ocultas da natureza humana.

Psicologia do Medo

Uma figura sombria e ameaçadora projeta uma longa sombra sobre uma rua deserta à noite, com uma névoa estranha girando ao redor de antigos edifícios abandonados.

O medo tem uma presença intrigante em nossas vidas. Ele molda comportamentos e desperta emoções que muitas vezes não conseguimos controlar. Explorar essa psicologia é um convite para entender como o medo nos envolve de maneiras profundas.

Efeitos Psicológicos

Os efeitos psicológicos do medo são poderosos. Quando experimento o medo, a adrenalina corre, meu coração acelera e meus sentidos se agudizam. Isso é conhecido como a resposta de luta ou fuga, um instinto primal que nos prepara para enfrentar ou fugir de perigos.

Essas reações podem ser intensas. Algumas pessoas sentem ansiedade contínua, o que pode levar a distúrbios como a fobia. O medo também pode fazer com que evite situações consideradas ameaçadoras, limitando minha vida social ou até mesmo experiências novas.

Fascinação pelo Macabro

A atração pelo macabro é um fascínio que transcende a lógica. Sinto-me atraída por histórias de terror, filmes e mitos que exploram a morte e o desconhecido. Essa curiosidade pode parecer estranha, mas faz parte da condição humana.

Estudos mostram que, quando assisto a filmes de terror, meu cérebro libera dopamina, criando uma sensação de prazer e excitação. Isso gera um ciclo de busca pelo medo, que, paradoxalmente, pode ser divertido. A adrenalina proporciona uma fuga temporária da realidade, estimulando meu desejo por algo que causa medo, mas ao mesmo tempo, é seguro.

A Estética do Perturbador

Uma floresta escura e sinistra com árvores retorcidas e nodosas, e uma névoa ominosa se arrastando pelos galhos. Uma sensação de desconforto e inquietação permeia o ar.

A estética envolve elementos que desestabilizam o espectador. Através da arte, design, música e som, cria-se uma atmosfera que provoca inquietação e reflexão. Cada detalhe é pensado para evocar emoções intensas e incomuns.

Arte e Design

Ao explorar a arte e o design, me deparo com visões que desafiam a lógica. As cores escuras e a iluminação difusa são comuns, criando um cenário de tensão.

As composições muitas vezes insinuam desarmonia. Figuras abstratas ou distorcidas podem provocar desconforto, levando os espectadores a questionar sua própria realidade.

Trabalhos como os de artistas contemporâneos utilizam materiais inusitados. Isso realça a sensação de estranheza e atrai a atenção de forma inquietante. O uso de simetrias quebradas e padrões inesperados intensifica a experiência visual.

Música e Som

Quando falo sobre música e som, é impossível ignorar o poder do efeito auditivo. Notas dissonantes e ritmos irregulares criam uma sensação de urgência.

Os sons ambientes, como sussurros ou ruídos industriais, geram desconforto. Isso contribui significativamente para a imersão.

Trilhas sonoras em filmes como “Midsommar” elevam essa experiência. Cada som é cuidadosamente escolhido para criar uma atmosfera que desafia o conforto do ouvinte.

A combinação de elementos sonoros com visuais se torna uma forma de provocar pensamentos e emoções profundas.

Iconografia e Simbolismo

Uma figura sombria e ameaçadora cercada por vinhas retorcidas e espinhosas e nuvens ominosas e giratórias.

Quando assisto a “Midsommar”, a iconografia se revela como um jogo profundo entre luz e escuridão. Cada elemento visual parece carregado de significado.

Os rituais suecos, com suas danças e fogueiras, me fascinam. Flores e plantas sagradas são protagonistas, simbolizando vida e morte. A erva de São João, por exemplo, é mais do que uma bonita planta; ela encarna transições.

Comigo, os símbolos ocultos nas tapeçarias revelam segredos. As imagens que parecem inocentes logo se transformam em algo sombrio. É um convite para enxergar além das aparências.

A presença de cores vibrantes contrasta com os eventos trágicos. O laranja e o amarelo, usados nas vestes, evocam uma beleza enganosa. Isso me faz questionar: o que realmente se esconde sob essa fachada?

Os rituais em si, cheios de energia, criam uma atmosfera surreal. A sensação de paranoia que envolve a protagonista, Dani, é intensificada por esses símbolos. Cada cena parece me levar mais fundo em um labirinto de tradição e horror.

Assim, a iconografia em “Midsommar” não é meramente visual. Ela serve como uma janela para o entendimento das questões mais sombrias da natureza humana. Cada símbolo é uma chave que abre portas para interpretações inquietantes.

Comunidades e Movimentos

Me fascina como algumas comunidades se reúnem ao redor de ideais que desafiam o comum. Essas comunidades muitas vezes se isolam do resto do mundo, criando seus próprios rituais e sistemas de crenças.

Um exemplo é o filme Midsommar. Nele, uma comunidade sueca se dedica a tradições que podem parecer estranhas. Os rituais que realizam revelam um mundo escondido, repleto de simbolismos. A beleza da natureza contrasta com a brutalidade de suas práticas.

Essas comunidades operam em uma lógica própria. Muitas vezes, elas misturam o sagrado e o profano. Isso leva a refletir sobre o que é aceito na sociedade moderna.

Os movimentos sociais, ao lutarem por justiça e direitos, criam um choque com normas estabelecidas. A paixão que uniu essas comunidades pode levar a mudanças profundas, mas não sem provocar medo e desconfiança.

Sinto que esse contraste entre luz e escuridão, entre acolhimento e repulsa, é o que nos atrai. Ao explorar essas dinâmicas, encontramos nossa própria existência. É um convite para olhar mais de perto o que nos cerca.

Tendências Futuras

Um céu escuro e ominoso paira sobre uma paisagem urbana com arquitetura futurista e distorcida, além de uma iluminação assustadora.

Sinto que o gênero do terror está evoluindo. Cada vez mais, os diretores estão explorando temas que desafiam nossas percepções. As histórias estão se tornando mais psicológicas e menos previsíveis.

Rituais estranhos e culturas obscuras estão ganhando destaque. Isso me faz pensar em como o terror pode surgir de lugares inesperados. A ideia de “horror à luz do dia” está se firmando.

Além disso, a diversidade de vozes no cinema é uma tendência crescente. Novos cineastas trazem suas experiências únicas, criando uma nova dimensão no terror. Isso é palpável em obras como Midsommar, que mistura folclore e horror.

Características que espero ver incluem:

  • Narrativas não lineares: As histórias podem se desviar do caminho tradicional.
  • Ritmos lentos: Um suspense sutil, que se constrói ao longo do tempo.
  • Temas sociais: Questões contemporâneas que ecoam na sociedade.

Essas inovações trazem uma nova profundidade para o gênero. 

Seitas

Sempre tive uma atração pelo tema das seitas. Existe algo de misterioso em como grupos tão pequenos podem exercer tanto poder sobre os indivíduos. Esses grupos, muitas vezes, possuem crenças peculiares que os separam da sociedade.

Os rituais são frequentemente chocantes. Eles podem incluir:

  • Cerimônias de iniciação
  • Rituais de adoração
  • Sacrifícios simbólicos

Esses atos são realizados para reforçar a união entre os membros. O segredo e a exclusividade atraem novos integrantes, criando um ciclo vicioso.

Os líderes têm um papel crucial. Eles manipulam as emoções e as crenças dos seguidores. A devoção cega pode levar a decisões perigosas, as vezes com consequências trágicas.

Certa vez, li sobre uma seita que prometia a iluminação. Na verdade, o que ofereciam era uma vida de isolamento e controle. Um ambiente que parecia puro, mas carregava uma escuridão profunda.

Essas experiências me fazem pensar. Quão longe alguém vai em nome da fé? Algumas seitas exploram vulnerabilidades, fazendo suas vítimas acreditarem que só ali encontrarão conforto.

A linha entre o culto e a comunidade às vezes é tênue. Me pergunto se é possível encontrar equilíbrio. O choque entre luz e escuridão sempre parece estar presente.

Relação com o filme A Bruxa

Uma floresta escura à noite, com uma lua cheia projetando sombras sinistras em árvores retorcidas e uma cabana solitária e ameaçadora ao longe.

Em “A Bruxa”, a tensão familiar cresce em um ambiente de isolamento. Esta ideia de claustrofobia ressoa em “Midsommar”, onde o medo se instala gradualmente.

Os personagens em “A Bruxa” enfrentam forças além do seu controle, assim como ocorre em “Midsommar”. A perda e o desespero são temas comuns que unem as duas narrativas.

A estética de ambos os filmes também me fascina. “A Bruxa” utiliza paisagens sombrias e um clima opressivo para criar uma atmosfera de medo. Essa escolha artística me transporta para um mundo onde o sobrenatural e o psicológico se entrelaçam.

Além disso, as figuras femininas em “A Bruxa” são complexas e multifacetadas. A luta delas contra forças externas reflete batalhas internas que também vejo em “Midsommar”. 

Ambos os filmes ficam com o espectador muito tempo depois de assisti-los. Eles convidam a uma reflexão sobre o que realmente conhecemos sobre nós mesmos e os outros.

Relação com o filme Hereditário

Ao assistir Hereditário, sinto uma profunda conexão com o tema do perturbar. O filme explora a dinâmica familiar de forma intensa e angustiante.

Elementos que me marcaram:

  • Tragédia Familiar: A dor da perda é palpável. Cada personagem lida com o luto de maneiras diferentes.
  • Segredos Obscuros: A revelação gradual dos segredos leva o espectador a questionar a sanidade. O que está escondido sob a superfície?
  • Atmosfera de Horror: A encenação cria uma tensão constante. Os detalhes pequenos contribuem para a sensação de desespero.

A maneira como Ari Aster constrói as relações familiares me fascina. Cada interação tem um peso, um subtexto que reverbera.

O uso de simbolismo é poderoso. Objetos simples adquirem novos significados, ampliando a experiência. O ambiente se torna um personagem em si, refletindo a mente perturbada da protagonista.

Em Hereditário, o horror não está apenas nos sustos, mas na desconexão emocional. Sinto que cada cena provoca uma reflexão sobre os vínculos que carregamos.

A jornada é sombria, mas essencial para entender a natureza humana. Explorar o lado mais sombrio pode ser assustador, mas revela verdades sobre nós mesmos.

Jim Jones

Jim Jones foi uma figura enigmática que se destacou como líder de uma seita nos Estados Unidos. Ele fundou o Templo dos Povos, um grupo que inicialmente parecia oferecer refúgio e esperança para muitos.

A vida de Jones começou de maneira comum, mas sua ambição o levou a práticas cada vez mais radicais. Com o tempo, ele manipulou seus seguidores, usando uma combinação de carisma e medo para controlar suas vidas.

Na trágica história de Jonestown, em 1978, mais de 900 pessoas, incluindo crianças, perderam suas vidas em um evento chocante que ficou marcado na história.

Características da Seita de Jim Jones:

  • Liderança Carismática: Jones tinha a habilidade de atrair e manter seguidores.
  • Isolamento: Ele separou seu grupo do mundo exterior, criando uma comunidade fechada.
  • Doutrinas Extremas: Ensinamentos que promoveram a ideia de sacrifícios e lealdade absoluta.

A influência de Jim Jones permanece até hoje. A forma com que ele conseguiu controlar seus seguidores ainda provoca reflexão sobre a vulnerabilidade humana. Ao estudar esses eventos, podemos ver os limites entre fé e manipulação.

Religião

Quando olho para o papel da religião na vida humana, sinto uma mistura de fascínio e desconforto. A religião pode ser uma força poderosa que une as pessoas, mas também revela aspectos obscuros da natureza humana.

Há crenças que empoderam, mas também existem aquelas que manipulam. Em muitos casos, o que parece ser um caminho para a luz se torna um atalho para a escuridão.

Free Will versus Controle

  • A religião me faz questionar até onde vai o livre arbítrio.
  • Quando se está vulnerável, a manipulação parece mais fácil.
  • Momentos de dor muitas vezes abrem portas para doutrinas enganadoras.

É intrigante observar como as cerimônias e rituais podem transformar o significado de vida e morte. Em “Midsommar”, por exemplo, essa conexão entre a dor e a divindade é explorada. Dani observa seu namorado de uma maneira que mescla prazer e sofrimento.

Existem cultos que prometem salvação, mas que, na verdade, prendem os indivíduos em um ciclo sem fim. O que é sagrado se torna um jogo de poder. A vulnerabilidade se transforma em um ponto de controle.

Ironia em relação ao misticismo

Quando penso no misticismo, me vem à mente uma teia de crenças e rituais envoltos em mistério. Mas há uma camada de ironia que se revela ao olhar mais de perto.

As tradições espirituais frequentemente prometem conexão e entendimento. No entanto, muitas vezes, elas criam uma distância entre o praticante e a realidade. Sinto que essa contradição é fascinante.

Por exemplo, os rituais que visam a purificação podem, paradoxalmente, resultar em uma sensação de isolação. É como se buscássemos o sagrado, mas nos perdêssemos em dogmas.

Essa luta entre o desejo da liberdade espiritual e a prisão dos rituais é intrigante. O misticismo, que deveria ser uma jornada pessoal, pode se transformar em uma obrigação coletiva.

Ao olhar para “Midsommar”, percebo como essa ironia é retratada. Os personagens buscam significado, mas acabam presos em um ciclo de fanatismo, mesmo com a beleza dos gestos, dos cantos, das danças e da paisagem bucólica. 

A beleza e a brutalidade dos rituais refletem essa dualidade. Há algo profundamente trágico em tentar encontrar paz em meio ao caos.

Que mistérios se escondem atrás da busca por significado em tradições tão complexas? 

Intenções por trás da obra

Quando assisto a “Midsommar”, sinto uma complexa teia de intenções tecidas por Ari Aster. Cada cena parece carregada de significado, como se o diretor quisesse que eu explorasse meus próprios medos.

Através da luz e da cor, a obra contrasta a beleza do cenário sueco com a escuridão das emoções humanas. Essa dualidade desafia a ideia de que a serenidade traz conforto.

Os rituais mostrados no filme ecoam tradições antigas. Eles me fazem refletir sobre como o passado influencia o presente. Aster me provoca a sentir desconforto, questionando o que é normal em minha realidade.

Personagens como Dani representam vulnerabilidades e a busca por aceitação. Sua jornada revela como traumas moldam escolhas. 

Além disso, as imagens chocantes são intencionais. Elas não são apenas para assustar, mas para refletir a luta interna de cada um de nós. A beleza do horror me faz pensar.

As intenções de Aster são multifacetadas. Ao me confrontar com essa jornada, ele me instiga a encarar o que rejeito. Assim, “Midsommar” se torna mais do que um filme de terror; é um espelho da condição humana.

Simbolismos de Midsommar

Em “Midsommar”, os simbolismos se entrelaçam de maneira poderosa. Cada cena revela uma camada de significado que evoca reflexão.

Um dos principais símbolos é a flor. Ela representa a beleza e a fragilidade da vida. Na cultura sueca, as flores têm um papel central nas celebrações, mas aqui elas também ocultam terrores.

Os rituais são repletos de significados ocultos. Eles desafiam a percepção do espectador, revelando tradições inquietantes. A dança, por exemplo, simboliza a perda de controle e o mergulho em um mundo desconhecido.

A cor branca aparece frequentemente. Ela pode parecer pura, mas também sugere uma superficialidade enganosa. O contraste entre beleza e horror é uma marca registrada do filme.

Além disso, as pinturas e tapeçarias mostram narrativas antigas. Elas ilustram os traumas e os ciclos da vida. A história é contada de forma tácita, envolvendo o espectador em um manto de mistério.

Finalmente, a viagem dos personagens é uma metáfora para a descoberta pessoal. À medida que enfrentam seus medos, eles são puxados mais fundo nas sombras de sua própria psique.

“Midsommar” é uma jornada visual intensa, cheia de simbolismos. Esses elementos convidam a uma prática de análise, levando-me a repensar o significado de cada ato e imagem.

Relação com a psicanálise

Quando penso na relação com a psicanálise, surge um mistério profundo, pois, explora os aspectos ocultos da mente, onde os medos e traumas moram.

Filmes como “Midsommar”, revelam esses sentimentos enterrados que, por meio de simbolismos e rituais, eles nos forçam a encarar nossos próprios demônios.

As emoções primordiais aparecem nessa conexão. O que é reprimido frequentemente se manifesta de formas chocantes. Isso ressalta a luta interna entre o consciente e o inconsciente.

A figura do “outro” é também vital. Essa presença, que pode ser aterrorizante ou sedutora, representa nossos desejos e medos mais profundos. A interação entre personagens muitas vezes reflete a dinâmica psíquica que todos vivemos.

Por exemplo, a tensão entre amor e traição em “Midsommar” provoca uma sensação angustiante. Essa luta interna entre o eu e o que é externamente imposto cria um campo fértil para discussões.

Claro x Escuro – Originalidade no Terror

Quando penso em terror, meu instinto é imaginar ambientes sombrios e assustadores. No entanto, o filme “Midsommar” desafia essa expectativa.

A luz do dia é o cenário principal. A clareza do ambiente contrasta com o contexto sombrio. 

Elementos de Originalidade:

  • Cores Vibrantes: As cores não só atraem os olhos, mas escondem verdades sombrias.
  • Rituais à Luz do Dia: O que seria um medo noturno acontece sob o sol.
  • Ambiente Aconchegante: A vila parece acolhedora, mas é apenas uma fachada.

Sinto que essa mudança encanta e assusta ao mesmo tempo. O terror anda lado a lado com a beleza.

A ideia de claro versus escuro toca em nossos medos mais profundos. É como se estivéssemos em um lindo dia, mas com um pressentimento de maldade.

Essa originalidade no gênero terror é fascinante. Fazemos perguntas sobre o que realmente se esconde por trás das aparências. Com “Midsommar”, a luz não é salvação, mas uma armadilha.

Por isso, guardo essa experiência comigo. Afinal, o que é mais assustador do que aquilo que parece inofensivo?

Versão pacificada da tortura e morte

Em um mundo onde a dor e a morte são apresentadas de forma crua, observo como algumas culturas transformam esses atos em rituais. As cerimônias muitas vezes misturam beleza e horror, criando uma experiência única.

Um exemplo é o conceito de Ättestupan, onde membros mais velhos se sacrificam. O sacrifício torna-se um ato de honra, uma libertação. Pular de um penhasco é, para eles, um final digno.

Além disso, a execução nas comunidades é vista como uma forma de justiça e purificação. Aqui, a tortura é revestida de simbolismo. Os responsáveis por essas práticas acreditam que a dor é temporária, mas o legado espiritual é eterno.

Através de rituais, a morte é ritualizada. Isso me parece um contraste poderoso entre a dor da vida e a serenidade da morte. Não se trata apenas de um fim, mas de uma transição para algo maior.

Os personagens em narrativas como “Midsommar” exemplificam essa transformação. Cada sacrifício tem um significado, um papel social. Enquanto observamos, somos forçados a confrontar nossos próprios medos sobre a morte.

Assim, a versão pacificada da tortura e da morte desafia nossa percepção. É intrigante, levando-me a refletir sobre a natureza da dor e o que ela significa em um contexto cultural.

Família ou Grande Ilha?

A palavra “família” tem sua origem no latim e referia ao conjunto de servos e escravos que pertenciam a um homem, além de incluir também os membros da sua casa, como a esposa e os filhos.

O termo “familia” é derivado de “famulus”, que significa “escravo” ou “servo”.

Com o tempo, o significado de “família” evoluiu para abranger não apenas os servos, mas também os laços de parentesco e a unidade doméstica que conhecemos hoje.

Assim, a noção de família passou a incluir todos os membros que vivem juntos e mantêm laços afetivos e de parentesco.

Qual a relação da “famiglia” e a máfia italiana?

O termo “famiglia” em italiano, que significa “família”, tem uma relação significativa com a máfia, especialmente no contexto da Cosa Nostra, a máfia siciliana. Na cultura mafiosa, a palavra “famiglia” é utilizada para descrever não apenas os laços familiares tradicionais, mas também os vínculos estreitos entre os membros da organização criminosa.

Dentro desse contexto, a “famiglia” representa um forte senso de lealdade e proteção mútua entre os membros, que muitas vezes se consideram mais próximos uns dos outros do que de seus próprios familiares. A ideia de que a lealdade à “famiglia” é primordial é um dos pilares da cultura mafiosa, onde traição é severamente punida.

Além disso, a estrutura da máfia é frequentemente descrita em termos familiares, com líderes sendo referidos como “padrinhos” e membros ocupando papéis que refletem relações familiares, reforçando a ideia de que a organização funciona como uma grande família unida por laços de lealdade e segredo.

Trailer: Midsommar - O Mal Não Espera a Noite - Legendado
O Verdadeiro Significado de MIDSOMMAR (Detalhes + Explicação + Análise) 🎬
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